O Bandolim
O Bandolim é conhecido como um cordofone com origem napolitana, de costas periformes e abauladas tal como as do alaúde e dotado de quatro cordas duplas de metal cuja percussão com palheta ou plectro produz um efeito de tremolo rápido e encadeado que aumenta ilusóriamente a duração das notas criadas.
Enquanto instrumento solista, o bandolim é usualmente tocado na técnica de "pontiado", desempenhando a voz de "soprano" num conjunto de instrumentos que inclui a bandoleta (alto), a bandola (tenor), o bandoloncelo (baixo) e, por vezes, a bandolineta (sopranino).
O bandolim europeu contemporâneo foi importado de Itália ao longo dos sécs. XVIII e XIX e posteriormente adoptado pelos diferentes países onde originou diversas naturezas "mistas" resultantes da sua fusão com elementos tradicionais e locais.
A sua origem...
Globalmente, a maioria dos autores situam as raízes históricas do bandolim no rabât árabe, bem como na mandora medieval e renascentista. No entanto, alguns referem a existência de dois tipos principais de bandolins, cada um deles possuidor de uma forma, tipo de afinação, técnica de execução e história musical nítidamente distintas.
O "mandolino" representa o tipo milanês antecessor do actual bandolim, de forma similar à de um pequeno alaúde com cordas de tripa e, tal como ele, predominantemente tocado com os dedos. Adoptando a técnica da execução com palheta só a partir da segunda metade do séc. XVII e inícios do séc. XVIII, a sua afinação faz-se em quartas, com a sexta situada uma terceira abaixo da quinta linha. De formato periforme reduzido e costas abauladas, o mandolino dispõe de quatro a seis cordas duplas.
O termo bandolim designa um segundo tipo de cordofone com origem napolitana e repertório predominantemente francês. Desenvolvido em meados do séc.XVIII, as suas costas são profundamente periformes e abauladas , o cravelhame é inclinado relativamente ao braço que possui trastos. A boca é circular e sobre ela passam as quatro cordas metálicas duplas que se beliscam com um plectro ou palheta. A sua afinação mais comum é em quintas, similar à do violino.
Pela história...
Uma mudan
ça importante na técnica instrumental do bandolim - o efeito de tremolo produzido pelo rápido movimento vibratório da palheta na mão direita, certamente importado de Itália -, ocorre ao longo do séc.XIX quando diversas formações musicais e orquestrais com bandolins surgem na Alemanha e Áustria, interpretando um repertório constituído por diversas adaptações de excertos de óperas.
Em 1769, Giovanni Gualdo - comerciante de vinhos e de instrumentos musicais italiano em Filadélfia - executa na América ‘um solo de mandolino com instrumento italiano’. Em 1774, é interpretado na mesma cidade um concerto ‘onde o Sr. Vidal (...) músico do Reino de Portugal tocará (...) um duetto com bandolim acompanhado em violino’.
O Bandolim em Portugal...
Sendo um dos instrumentos de câmara preferidos pela burguesia portuguesa de Novecentos, o bandolim alcançou uma popularidade crescente que o transformou num instrumento característico de outras festividades e agremiações. Encontrando-se actualmente liberto das rígidas convenções técnicas de interpretação do passado, ele é hoje principalmente tocado por jovens em tunas universitárias de cariz urbano ou integrado em ’rusgas’ populares, participando nas ‘chulatas’ ou outras formações instrumentais mistas características das mais diversas celebrações profanas.
Bandolinistas portugueses famosos...
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Fábio Machado;
- Norberto Gonçalves da Cruz;
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Guilherme Carriço;
- Rui Pregal da Cunha;
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Júlio Pereira.
...e claro, como não podia deixar de ser, os melhores bandolins do Mundo e arredores:
Publicações:
"The Early Mandolin" e "The Classical Mandolin" por Paul Sparks. Editado pela Oxford University Press In Julio Pereira http://www.juliopereira.pt